” Ninguém pode dizer : ‘Jesus é o Senhor’ a não ser no Espírito Santo (I Cor 12,3). Crer no Espírito Santo é, pois professar que o Espírito Santo é uma das Pessoas da Santíssima Trindade, que procede do Pai e do Filho, ” e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado”. O Espírito está em ação com o Pai e o Filho do início até a consumação do Projeto da nossa salvação.
Vejamos algumas afirmações porque o Espírito Santo não é uma criatura, mas Deus:
– O Espírito Santo é o Senhor, como podemos ler em Jo 4,24 O Espírito é Deus, e é confirmado por S. Paulo : O Senhor é o Espírito (2 Cor 3,17), que acrescentou logo em conclusão : Onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. Por isso, o Espírito nos faz amar a Deus e liberta-nos do amor ao mundo.
– O Espírito Santo nos une a Deus por amor, porque Ele é o amor de Deus, e, consequentemente, nos vivifica (Jo 6,64).
– O Espírito Santo tem a mesma natureza que o Pai e o Filho :como o Filho é o Verbo do Pai, assim também o Espírito Santo é o amor do Pai e do Filho. Vê-se daí que o Espírito Santo não é criatura.
– O Espírito Santo é igual a Deus, porque os santos profetas falaram por Deus. Ora, é evidente que se o Espírito Santo não fosse Deus, não teria dito os profetas falaram por Ele, assim fala o Profeta Isaías : O Senhor meu Deus e seu Espírito me enviaram (Is 48,16).
A Missão conjunta do Filho e do Espírito.
Quando o Pai envia seu Verbo, envia o seu sopro : missão conjunta em que o Filho e o Espírito Santo são distintos, mas inseparáveis.
Jesus é Cristo, “ungido”, porque o Espírito é a unção dele e tudo o que advém a partir da Encarnação decorre desta plenitude (Jo 3,34). Jesus anuncia que enviará o “outro Paráclito” (Jo 14,16) e no momento da sua glorificação e junto ao Pai, pode enviar o Espírito Santo aos que crêem nele e comunica-lhes a sua glória (Jo 17,22). A missão conjunta se desdobrará então nos filhos adotados pelo Pai no Corpo de seu Filho : a missão do Espírito de adoção será uni-los a Cristo e fazê-los viver nele.
Os frutos que provém do Espírito Santo para nós
– Ele nos purifica do pecado (Sb 11,25; Sl. 103,30).
– Ele ilumina a nossa inteligência (Jo 14,25; I Jo 2,27)
– O Espírito Santo nos ensina a observar os mandamentos (Jo 24,23; Ez 36,26).
– Ele confirmará em nós a esperança da vida eterna, já que o Espírito Santo é o penhor da herança (Ef 1,14; Gal 4,6)
– O Espírito Santo nos aconselha em nossas dúvidas e nos ensina qual seja a vontade de Deus (Ap 2,7; Is 50,4).
Denominações do Espírito Santo:
– Espírito da promessa (Gl 3,14; Ef 1,13)
– Espírito de adoção (Rm 8,15; Gl 4,6)
– Espírito de Cristo (Rm 8,11)
– Espírito do Senhor (2 Cor 3,17)
– Espírito de Deus (Rm 8,9.14); 15,19; I Cor 6,11; 7,40)
– Espírito de glória (I Pd 4,14)
Símbolos do Espírito Santo:
– água : significativo da ação do Espírito Santo no Batismo, depois da invocação da presença do Espírito ela se torna um sinal sacramental (I Cor 12,13).
– a unção : o simbolismo da unção com óleo também é significativo do Espírito Santo. Na inicial cristã ela é o sinal sacramental da confirmação
– o fogo : enquanto a água significa o nascimento e a fecundidade da vida dada no Espírito, o fogo simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito Santo (Eclo 48,1)
– a nuvem e a luz : são símbolos inseparáveis nas manifestações do Espírito Santo
– com Maria no nascimento de Jesus (Lc 1,35) – sombra, poder do Alto
– na Transfiguração (Mt 9,2-9) – nuvem
– Na ascensão (At 1,9) – nuvem
– o selo: Por indicar o efeito indelével da unção do Espírito Santo nos sacramentos do batismo, da confirmação e da ordem, a imagem do selo tem sido utilizada para exprimir o “caráter” indestrutível impresso por estes três sacramentos que não podem ser reiterados (Jo 6,27; Ef 1,13)
– a mão : é impondo as mãos que Jesus cura os doentes (Mc 6,5) e abençoa as criancinhas (Mc 10,16).
– o dedo : ” É pelo dedo de Deus que (Jesus) expulsa os demônios” (Lc 11,20). O hino “Veni Creator Spiritus (Vem, Espírito Santo) invoca o Espírito Santo como “dedo da direita paterna”.
– a pomba: quando Cristo volta a subir da água do seu batismo, o Espírito Santo, em forma de uma pomba, desce sobre Ele e permanece (Mt 3,16).
O espírito Santo e a Igreja nos últimos tempos.
No dia de Pentecostes, a páscoa de Cristo se realiza na efusão do Espírito Santo que é manifestado. Neste dia também é revelada plenamente a Santíssima Trindade. A partir deste, o Reino anunciado por Cristo está aberto aos que crêem nele; na humildade da carne e na fé, eles participam já da Comunhão da Santíssima Trindade.
Pela vinda do Espírito Santo que não cessa de se renovar na Igreja e no mundo, o Espírito faz com que entrem nos “últimos tempos” , o tempo da Igreja, o Reino já recebido em herança, mas ainda não consumado (At 2,36).
O Espírito Santo que Cristo, a Cabeça, derrama nos seus membros, constrói, anima e santifica a Igreja. Ela é o sacramento da Comunhão da Santíssima Trindade e dos homens.
Artigo da Escola de Formação Shalom
escoladeformacao@comshalom.org
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