À partir do versículo 16 do capítulo primeiro do evangelho de São Marcos, a vida de Jesus se torna extremamente agitada, com um ritmo intenso de trabalho, que começa pela escolha dos primeiros apóstolos, pregações, exorcismos e curas. A própria sequência das leituras cansa. E nesse contexto, diante desse ritmo acelerado, Jesus para pra rezar: “De manhã, tendo-se levantado muito antes do amanhecer, Ele (Jesus) saiu e foi para um lugar deserto, e ali se pôs em oração”. A oração de Jesus é intensa. Não tendo tempo para fazê-la, procura-o. Antes mesmo de amanhecer, sai para um lugar deserto, silencioso, longe da agitação.
Ritmo de vida intenso, exige uma oração intensa. Ao contrário do que muitos dizem, que por a vida ser intensa, não têm tempo para rezar. Quando se fala de intensidade, não se fala de fazer uma oração corrida e no meio da agitação; mas aqui falamos de dar o mesmo peso, o mesmo valor, como a todas as coisas que são feitas. Nossa espiritualidade não pode ser vivida de forma medíocre. Se não a vivermos com a mesma intensidade que as outras áreas da nossa vida são vividas, haverá sempre uma ponta de infelicidade. A prova disso é que há pessoas tão bem financeiramente, mas ao mesmo tempo vivem tão desoladas, à base de drogas e remédios. Outros são repletos de cursos e títulos, mas não sabem se relacionar com as pessoas. E há aqueles que, sempre estão insatisfeitos: políticos que ganham muito bem e são cheios de benefícios, mas “necessitam” fazer conxavos, para ganharem sempre mais.
Uma espiritualidade bem vivida, na intensidade que a vida exige, dá equilíbrio, ordena e orienta.
Edson Oliveira
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