“E aconteceu que, estando à mesa na casa de Levi, muitos cobradores de impostos e pecadores também estavam à mesa com Jesus e seus discípulos. Com efeito, eram muitos os que o seguiam. Alguns doutores da Lei, que eram fariseus, viram que Jesus estava comendo com pecadores e cobradores de impostos. Então eles perguntaram aos discípulos: ‘Por que Ele come com os cobradores de impostos e pecadores?’” Marcos 2, 15-16
Levi, o Mateus, era cobrador de impostos. Homem declaradamente pecador, por explorar o povo, sobretudo os que, pouco ou nada tinham. Jesus ao ver esse homem, o chama para seguí-Lo e este responde prontamente ao chamado, seguindo-O. Por conta disso, de maneira especial os fariseus e doutores da Lei O criticam e questionam Sua proximidade com os pecadores.
É sabido, que Mateus, o Levi, mudou devida, seguiu Jesus e se tornou santo. Mateus só precisou de uma oportunidade, de alguém que acreditasse e investisse nele. Obviamente, Jesus fez um investimento de alto risco, pois ao chamar Mateus e ir na casa dele, se comprometeu. Literalmente deu “a cara a tapa”. Pois se Mateus tivesse uma recaída, além da zombaria, Jesus corria o risco de ser taxado com um igual a ele.
As relações humanas estão vivendo a crise do cansaço. As pessoas estão cansadas de se relacionar, de apostar, de acreditar, de investir no outro. O mundo capitalista prega o investimento. Nascemos aprendendo que temos que guardar sempre um dinheirinho, comprar um terreno, uma casa, ter um carro… enfim, aprendemos que temos que investir e investimento supõe retorno: quem guarda um dinheirinho vai ter uma velhice tranquila, quem comprar um terreno ou uma casa, não sofrerá com aluguel, quem adquirir um carro, chegará em casa mais cedo e não será esprimido dentro de ônibus. Note que, investir tem a lógica do retorno. Em tempo: não sou contra investir!
Porém, investir em pessoas não segue a lógica do retorno, porque nem sempre a pessoa em quem investimos aceita, ou valoriza o que foi feito. Pessoas decepcionam, traem, mentem. E por conta disso, por falta de retorno, achamos que não vale a pena investir. Daí, é melhor ter um relacionamento “livre”, onde cada um vive sua vida sem se comprometer; melhor ter um cachorrinho, que ter filho (não sou contra os animais! Tenho Três cachorros, que são muito bem cuidados), pois mesmo que eu brigue com ele, ele abanará seu rabinho ao me ver e um filho, poderá me acusar de falta de atenção para com ele, mesmo eu lhe dando de “tudo”.
Tá bom, e agora? Investir em gente não vale a pena? Lógico que não é por aí. O segredo com as pessoas é não criar expectativas. Ao chamar Mateus, o pecador, Jesus simplesmente o chamou. Não houveram expectativas. Com o ser é humano, é preciso viver o hoje. Investir atenção, presença, dar oportunidade, na certeza de que poderá ter retornos maravilhosos… Ou não! Se vale a pena? Claro que vale. Você fez a sua parte.
Edson Oliveira
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