O evangelista São João, conta que antes de passar pelo sofrimento e morte de Cruz, Jesus reunido com seus discípulos, “ficou perturbado em seu espírito e declarou abertamente: ‘Em verdade, em verdade vos digo: um de vós me há de trair!'” João 13, 21.
A perturbação em que ficou Jesus, deu-se pela frase em destaque: “um de vós me há de trair!” Certamente, se a traição viesse de alguém comum, um mestre da Lei ou um fariseu, Ele não teria ficado tão perturbado. Mas foi um que andava com Ele, que comia com Ele, que tinha projetos e sonhos com Ele, que O traiu.
O dicionário nos fala que traição é “quebra da fidelidade prometida e empenhada por meio de ato pérfido, deslealdade”. E aqui está o ponto perturbador da traição: quando alguém que convive, faz planos, anda junto conosco, quebra a fidelidade, ainda que esta exista de forma tácita (aquilo que está implícito, que não está dito ou expresso), mas que se supõe existir, como no caso de alguém que se conhece a muito tempo e que se convive de forma rotineira; pois salvo no matrimônio (onde se promete pública e formalmente fidelidade), supõe-se a prática desta, em qualquer relação entre pessoas.
Para lidar com a traição é preciso seguir o caminho proposto por Jesus. Mesmo sendo traído por um dos que andava com Ele, apesar de ter ficado perturbado, não se desesperou. Porque sabia que o único que tinha a perder era Judas.
Guarde isso: se alguém lhe traiu, você nada perdeu. Mas esta pessoa sim. E se esta pessoa lhe traiu, ressignifique isso, perguntando a você mesmo, se foi perda ou livramento…
Edson Oliveira
DEIXE SEU COMENTÁRIO!