Jotão era o filho mais novo de Gedeão e havia escapado da chacina liderada por Abimeleque, seu meio-irmão, onde morreram todos os outros filhos de Gedeão. Gedeão recusou-se a governar Israel e também não quis indicar nenhum de seus filhos para tal função. Após sua morte, Abimeleque, apresentou-se como candidato a ser rei de Siquém, simplesmente pelo fato de ser filho de Gedeão com uma concubina daquela cidade e o fato de ser concidadão dos seus moradores.
Diante disso, Jotão conta ao povo a seguinte parábola: “Certa vez, as árvores resolveram ungir um rei para reinar sobre elas, e disseram à oliveira: ‘Reina sobre nós’. Mas ela respondeu: ‘Iria eu renunciar ao meu azeite, com que se honram os deuses e os homens, para me balançar acima das árvores?’ Então as árvores disseram à figueira: ‘Vem e reina sobre nós’. E ela lhes respondeu: ‘Iria eu renunciar à minha doçura e aos saborosos frutos, para me balançar acima das outras árvores?’ As árvores disseram então à videira: ‘Vem e reina sobre nós’. E ela lhes respondeu: ‘Iria eu renunciar ao meu vinho, que alegra os deuses e os homens, para me balançar acima das outras árvores?’ Por fim, todas as árvores disseram ao espinheiro: ‘Vem tu reinar sobre nós’. O espinheiro respondeu-lhes: ‘Se deveras me constituís vosso rei, vinde e repousai à minha sombra; mas se não o quereis, saia fogo do espinheiro e devore os cedros do Líbano!’” Juízes 9, 8-15 .
A história contada por Jotão, nada mais é que uma ironia, pois sendo o espinheiro uma árvore rasteira, não produzia sombra nenhuma, mas quando seco, vira combustível, que propicia grandes incêndios, que devoram as florestas. Concluindo seu discurso, Jotão disse ao povo de Siquém: “Se o que vocês fizeram foi sincero e honesto, sejam felizes com Abimeleque e seja ele feliz com vocês. Mas se não, que dele saia fogo e queime vocês, e de vocês saia fogo e o queime”. Passados assim três anos, o povo de Siquém, cansados de Abimeleque, se rebelou. E este, com seu exército, cercou a cidade e matou a todos, queimando os líderes vivos numa fortaleza onde se refugiaram.
Quando na política ou mesmo na Igreja, escolhemos para nos liderar, pessoas, simplesmente pelo fato de serem amigos, parentes ou porque nos fizeram algum favor, e não analisamos a história da pessoa, sua coerência de vida e conhecimento sobre aquilo que vai assumir, corremos o risco de de nos colocar sob “a sombra de um espinheiro”. Espero que você tenha entendido!
Edson Oliveira
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