“De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele”. João 3, 17
Tristemente, depois de tanto tempo, ainda deturpam o sentido da vinda de Jesus a esse mundo. São João foi claro ao dizer que Ele (Jesus) não veio ao mundo, para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. E ainda há quem ache que a missão de Jesus é condenar, quando na prática a condenação depende unicamente de quem de Deus se distancia.
A salvação já nos foi conquistada por Jesus, por Sua morte de Cruz e Ressurreição. O problema de muitos é entenderem a salvação como um ato único, cronológico. O fato é que a salvação extrapola a cronologia. A salvação precisa ser entendida no Kairós – Kairós é uma palavra de origem grega, que significa momento certo ou oportuno. Pode-se entender que o chamado kairós é um momento oportuno único, que pode estar presente dentro do espaço de um tempo físico. No âmbito religioso, a palavra kairós é utilizada no sentido de ‘tempo espiritual’ ou ‘o tempo de Deus’, que é divergente do conceito cronológico de tempo terrestre, ou seja, as horas, os dias, os anos, etc. O chamado kairós de Deus não pode ser medido, pois, de acordo com uma das passagens da Bíblia: ‘(…) um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia’ (2 Pedro 3, 8)“.
Portanto, para entendermos e experimentarmos a salvação, não podemos nos limitar ao Cronos, pois “este é a definição do tempo cronológico e físico, compreendido como os anos, os meses, os dias, as horas, os minutos, os segundos, etc”. Isto seria reduzir a salvação. O ato realizado por Jesus no cronos (em ano, mês, dia, hora, minuto e segundo específicos) transcende a esfera física. Na prática, Jesus na Cruz deu-nos um “presente embrulhado”, que pode ser aberto por qualquer um em qualquer tempo. Neste sentido, quem o abre, experimenta seus efeitos (salvação) e quem não abre, obviamente não experimenta tais efeitos. E como abrir este presente embrulhado? Primeiramente compreendendo que o tempo de Deus é o Kairós. Sendo assim, aquela vitória sobre a morte e o pecado e sobretudo sobre o autor da morte e do pecado que aconteceu no cronos, continua a acontecer e a produzir seus efeitos para quem crer, pois a salvação é perene para quem vive no Kairós.
Edson Oliveira
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