Samuel foi o último dos Juízes do povo israelita e o primeiro dos profetas após Moisés. O 1° livro de Samuel no capítulo 8°, narra o episódio, onde o povo de Israel pede que Samuel unja-lhes um rei, dizendo-lhe: “Dá-nos um rei que nos governe, como o têm todas as nações” – 1 Samuel 8, 5b – Samuel fica triste e dirige-se a Deus que lhe diz: “Ouve a voz do povo em tudo o que te disseram. Não é a ti que eles rejeitam, mas a mim, pois já não querem que eu reine sobre eles. Fazem contigo como sempre o têm feito comigo…” 1 Samuel 8, 7-8a.
A tristeza de Samuel se dá pela rejeição do povo, mas certamente ainda é maior a tristeza, por conta de vê-los querer ser iguais aos outros: “Dá-nos um rei que nos governe, como o têm todas as nações“. Esse povo era governado por Deus, que lhes falava diretamente por meio dos juízes e profetas. Eles tinham a Arca da Aliança. Era isto que os diferenciava das outras nações e por isso eram respeitados. Mas perderam a visão, esqueceram suas origens, desejando ser como os outros. Aquele povo ficou cego, caíram na rotina do dia a dia, acostumando-se com a presença da Arca da Aliança; quando isso acontece, deixamos de olhar e valorizar o que é nosso, olhando e valorizando – cobiçando – desejando – e até mesmo tendo inveja do bem alheio. A cegueira é tão intensa, que muitas vezes o bem alheio é até inferior ao que temos e mesmo assim o desejamos.
Quando se cai na rotina, se acostuma, e isso pode acontecer no casamento, no trabalho, até mesmo na caminhada dentro da Igreja, deixamos de valorizar o que é nosso. Acostumar é o mesmo que ficar cego. Daí os sentimentos se embaralham. Nesta hora surge o desânimo, a traição, o descontentamento e assim por diante, despertando na pessoa o desejo de “experimentar algo novo”.
Edson Oliveira
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