O evangelho de São Marcos mostra a pressa, a urgência, a necessidade de ações imediatas. Constantemente lemos nele, palavras como: Imediatamente, logo, dirigiram-se, saíram… como no caso da cura da sogra de Pedro. Tal senhora estava acamada, com febre e “sem tardar, falaram-Lhe (a Jesus) a respeito dela. Aproximando-se Ele, tomou-a pela mão e levantou-a” – Marcos 1, 29b – 30a. Em Marcos, Jesus está sempre em movimento e movimentando as pessoas.
É verdade que nascemos e convivemos com alguns ditos como: “a pressa é a inimiga da perfeição”, “o apressado come cru” e ainda cantamos, “ando devagar, porque já tive pressa…” Mas seria errado ter pressa? A resposta é não. Errado é não saber o motivo da pressa ou fazer dela algo rotineiro. Neste caso, a pressa pode ou já é uma patologia, a síndrome da pressa.
Na prática, qual a diferença entre a pressa normal e a síndrome da pressa?
A pressa normal se caracteriza por uma real necessidade; algo que saiu do rotineiro, como por exemplo, a pessoa que recebe um telefonema onde falam que houve um acidente envolvendo um ente querido – é natural ter pressa para ver esta pessoa, receber notícias, etc. Outro exemplo de pressa normal é alguém desmaiar ou se machucar na sua frente – é natural a aflição, a pressa por socorrer ou buscar socorro para esta pessoa.
A síndrome da pressa por sua vez, se caracteriza por desorganização, por uma rotina de estresse e agitação, Exemplo disso, seria a pessoa sair de casa correndo, não tomar um café, estando sempre atrasada e/ou atrasando a outros. Isso é desorganização, falta de administrar o tempo, de por um despertador para tocar mais cedo e sem usar o modo “soneca”. Outro exemplo de síndrome da pressa é deixar para comprar presentes de Natal e de aniversário na última hora, além de pagar mais caro, vai comprar qualquer coisa e se estressar muito.
Diante de tudo isso, o texto do evangelista São Marcos citado acima, que diz que “sem tardar, falaram-Lhe (a Jesus) a respeito dela. Aproximando-se Ele, tomou-a pela mão e levantou-a” – Marcos 1, 29b – 30a nos mostra uma pressa normal por parte das pessoas e de Jesus. Ao final das contas, era um caso grave de enfermidade.
Como saber então, se sua pressa é normal ou uma patologia, uma síndrome de pressa? Faça duas perguntas simples a você mesmo: Por que estou com pressa? E o que tem me levado a ter pressa? Encontre as respostas, mude hábitos, como por exemplo, ao utilizar o despertador, esqueça o modo “soneca”. Saia mais cedo para compromissos. Se sua pressa não passar e ainda estiver causando estresse em você e nas pessoas, agitação, conflitos e irritação, busque ajuda. Mas não esqueça que existe a pressa normal, que por sinal é saudável e pode até salvar vidas.
Edson Oliveira