Numa de Suas parábolas, Jesus dizia que “o Reino de Deus é como um homem que lançou a semente na terra: ele dorme e acorda, de noite e de dia, mas a semente germina e cresce, sem que ele saiba como. A terra por si mesma produz fruto: primeiro a erva, depois a espiga e, por fim, a espiga cheia de grãos”. (Marcos 4, 26-28). Tal parábola, em tempos de tanta correria, agitação e pressa em que vivemos, beira o absurdo, porque de alguma forma temos nos convencido que tudo precisa ser rápido e na hora em que desejamos. Falta-nos a paciência que de forma implícita, Jesus comunica na parábola: um homem joga a semente na terra e vai vivendo sua vida de forma paciente, aguardando o processo se realizar: o germinar e o crescer da semente.
De propósito destaquei duas palavras: paciência e processo. Pois a exemplo do homem citado por Jesus, que lança a semente na terra, nossas relações com a natureza, conosco mesmos, com as pessoas e mesmo com Deus (nossa espiritualidade), exigem a paciência diante do processo; sim, para tudo existe um processo. E por processo entende-se: “ação continuada, realização contínua e prolongada de alguma atividade; seguimento, curso, decurso, andamento, desenvolvimento, marcha”. Tudo tem um curso, um “modus operandi” (expressão do latim: “modo de operação” – utilizada para designar uma maneira de agir, operar ou executar uma atividade, obedecendo processos).
Querer que uma criança se comporte como adulto, exigir que alguém que chegou na empresa “hoje” saiba tudo o que fazer, cobrar do(a) companheiro(a) posturas que eu julgo correto, fazer uma oração ou mesmo muitas na ansiedade de que o que eu desejo logo aconteça, seria burlar o processo natural como as coisas acontecem (referente a espiritualidade – oração, nem sempre uma Graça chega de imediato: ou porque não é o tempo ou porque não convém). E o processo natural exigem paciência.
Viver os processos nos livra de confusões, evita que adoeçamos física e emocionalmente, amadurece relacionamentos. E como dito por Santa Tereza D`Ávila, “A paciência tudo alcança”. E sobretudo alcança vivermos bem os processos: tome suas refeições nos devidos horários, ônibus atrasa, o trânsito às vezes (ou sempre) está caótico, criança faz “arte”, casamentos não são perfeitos, e por falar em perfeição, não existe o lugar perfeito para se trabalhar… Ah, sim: o que fazer? Viva os processos com paciência.
Edson Oliveira
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