O evangelho de São João narra um episódio intrigante: Lázaro, amigo de Jesus, irmão de Marta e Maria, ficou doente. As irmãs então, mandam avisar a Jesus sobre o que está acontecendo, mas Jesus não vai ao encontro do seu amigo. O evangelho ainda registra que “Jesus amava Marta, Maria, sua irmã, e Lázaro. Mas, embora tivesse ouvido que ele estava enfermo, demorou-se ainda dois dias no mesmo lugar” Jo 11, 6.
Duas perguntas ficam a incomodar:
1º) Por que Jesus não foi imediatamente ver seu amigo e curá-lo, já que o amava?
2º) Se tinha como ir, por que não o curou à distância como fez com o filho do oficial Romano, como descrito em Jo 4, 43-54?
A resposta o próprio Jesus dá antes mesmo que Lázaro morresse: “Esta enfermidade não causará a morte, mas tem por finalidade a glória de Deus. Por ela será glorificado o Filho de Deus” Jo 11, 4. Por vezes, a exemplo de Marta e Maria, nos sentimos abandonados por Deus sobretudo em momentos de grande provação: A morte de um ente querido, um desemprego, uma grave enfermidade, um acidente… É certo que Deus não nos envia males; mas se utiliza deles para um bem maior. As demoras de Deus não são descaso para conosco. Seu tempo não é o nosso. Vivemos no CHRONOS (o tempo do relógio, do “tic tac”, das horas, minutos e segundos, da correria, da pressa, da ansiedade), enquanto o tempo de Deus é o KAIRÓS (o tempo oportuno, que faz um acontecimento ser especial, memorável, não em seus números, nem em datas, mas em sua significância). E aqui vale a pena você ler todo o capítulo 11 do evangelho de São João e perceber que Deus não nos abandona, não faz pouco caso do nosso sofrimento. É que Ele age no Kairós, de forma memorável, repleta de significado. Certa vez ouvi que Deus não demora, é que Ele capricha!
Edson Oliveira
DEIXE SEU COMENTÁRIO!
