“Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: ‘Não junteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e os ladrões assaltam e roubam'”. Mateus 6, 19
Aqui existe uma questão básica: o problema não é possuir os bens materiais, e sim, ser possuído por eles. O “não ajunteis tesouros na terra”, fala do sentido da vida, fala do essêncial, fala do passageiro… Tudo passa. Se apegar a pessoas, objetos e dinheiro, pode se tornar doentio. Obviamente, não estamos aqui, pregando a falta de zelo pelos bens. Mas estes não podem se tornar o centro de nossas vidas.
Há inclusive, o que a psiquiatria chama de transtorno acumulativo. Esse hábito só se transforma em doença quando, progressivamente, o ato de acumular itens vira uma obsessão, passando a interferir na rotina e nas relações sociais e familiares da pessoa. A acumulação compulsiva é conhecida pelos psiquiatras como disposofobia — ou medo de jogar coisas fora. Popularmente, essa doença ganhou o nome de transtorno do colecionamento. No entanto, é fundamental diferenciá-la do colecionismo normal, pois o hábito de colecionar itens de determinada categoria por hobby ou paixão não é patológico, ou seja, não pode ser considerado uma doença.
Somente um profissional especializado, como um médico psiquiatra, é capaz de fazer o diagnóstico correto. Além disso, esse profissional saberá identificar as associações do transtorno para cada caso — que podem estar ligadas a outras doenças como TOC, ansiedade, estresse, bipolaridade, depressão e esquizofrenia — e, então, indicar o tratamento adequado. https://www.brasilstorage.com.br/blog/precisamos-conversar-sobre-acumulacao-compulsiva/
Enfim, não esqueçamos deste precioso conselho, que vale, não somente para os bens materiais, pois há quem acumule de forma doentia, mágoas, ressentimentos, tristezas, vingança… fazendo de tudo isso, ainda que de forma inequívoca, um verdadeiro tesouro: “não ajunteis tesouros na terra”!
Edson Oliveira
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