Quem não sabe perder perde sempre

Nem sempre as coisas são como queremos e idealizamos, e é bom que isso seja assim, pois nem sempre o que queremos é o melhor para nós. Toda existência humana é marcada pela condição de contradição, ou seja, pela fraqueza, pelo pecado e, consequentemente, pela queda. Perder faz parte da vida, e aceitar a própria condição limitada é sinal de sabedoria. É horrível conviver com alguém que crê ser absoluto e que acredita que todos têm o dever de satisfazer suas vontades.

Há muitos pais que estragam seus filhos, porque não lhes ensinam que o ‘não’ também faz crescer, e que a queda pode também ensinar. E há filhos que não aprendem em casa que na vida a gente também perde, e que precisamos aprender a lidar com nossos fracassos. Há muitos que não suportam os fracassos próprios da vida, porque foram educados somente para ganhar. Para superar as quedas impostas pela vida, precisamos ter a humildade de saber perder.

Humildade, o segredo para aprender a perder

As pessoas não são obrigadas a ser e a fazer o que queremos. Elas não são obrigadas a corresponder às nossas expectativas. A maturidade se expressa quando o coração consegue deixar livre um outro coração, que não quis lhe pertencer nem corresponder aos seus desejos.

O ser contrariado é uma experiência que nos faz mais fortes, pois assim compreendemos que nossa maneira de pensar não é a única nem a melhor, e que não estamos sempre certos. Precisamos saber perder e sair de cena quando erramos e não estamos com a razão.

Perfeição cristã não significa ausência de erro, mas sim capacidade de perdoar e recomeçar sempre. Não temos a obrigação de acertar sempre, mas sim o dever de aprender com nossos erros. Quem não sabe perder perde sempre, pois acaba sendo humilhado pelo fato de não aceitar a própria fraqueza; querendo, assim, ser o que não é, e fazer o que ainda não é capaz.

Quem não sabe perder, busca sempre levar vantagem sobre tudo e todos, tornando-se alguém insuportável e arrogante. A humildade é escola da virtude, e grandeza é aceitar com ternura aquilo que se é.

A vida não diz sempre ‘sim’, e a alma se torna grande quando é capaz de sorrir também no ‘não’. Aceitar que nem todos nos amam, que não somos bons em tudo e que nem sempre somos os melhores são expressões de um coração que compreendeu verdadeiramente o que significa viver bem. A derrota é sempre uma possibilidade de recomeço e crescimento para quem sabe bem aproveitá-la. Que este não seja para nós motivo de paralisia, mas um trampolim a nos lançar nos braços da vitória.

Deus abençoe!

Fonte: portal cancaonova.com – Padre Adriano Zandoná – missionário da Comunidade Canção Nova.

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