Especificamente no evangelho de São Mateus, Jesus afirma que veio para “as ovelhas perdidas da casa de Israel” – Mateus 15, 24, diante de uma mulher pagã, que insistia que Ele expulsasse de sua filha, um demônio que a atormentava. Jesus estava tão certo de Sua missão, que não deu a mínima atenção àquela mulher. Esta, não se dando por vencida, cai aos Seus pés, suplicando ajuda, ao que Jesus lhe diz que “não fica bem tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cães (ou seja: Ele viera para os judeus, não para outros povos)” – Marcos 7, 27. Diante disso, a mulher lhe diz: “é verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos debaixo da mesa, comem das migalhas dos filhos” – Marcos 7, 28. E neste momento, Jesus muda de ideia, corrige Sua rota, tendo a compreensão da amplitude da Sua missão, dizendo que, “por causa desta palavra, vai-te, que saiu o demônio da tua filha” – Marcos 7, 29.
Aquela mulher, que muitos a chamariam de “atrevida”, torna-se um sinal para Jesus. Mudar de ideia, corrigir uma rota, não significa fraqueza; a pessoa que não está disposta a dialogar com “o diferente”, a se desinstalar ou ser desinstalado, a corrigir rotas, não amplia sua visão e com isso não cresce. Tal pessoa está “condenada” a viver no seu pequeno mundo.
Edson Oliveira