A história da Igreja é marcado por períodos muito sombrios, de grande sofrimento e dor. Encontramos um fato interessante e de profundo ensinamento, quando o livro dos Atos dos Apóstolos narra que “por aquele mesmo tempo, o rei Herodes mandou prender alguns membros da Igreja para os maltratar. Assim foi que matou à espada Tiago, irmão de João. Vendo que isto agradava aos judeus, mandou prender Pedro. Pedro estava assim encerrado na prisão, mas a Igreja orava sem cessar por ele a Deus”. Atos 12, 1-3a . 5
O texto tem sua continuação dizendo que “naquela mesma noite dormia Pedro entre dois soldados, ligado com duas cadeias. Os guardas, à porta, vigiavam o cárcere. De repente, apresentou-se um anjo do Senhor, e uma luz brilhou no recinto. Tocando no lado de Pedro, o anjo despertou-o: Levanta-te depressa, disse ele. Caíram-lhe as cadeias das mãos. O anjo ordenou: Cinge-te e calça as tuas sandálias. Ele assim o fez. O anjo acrescentou: Cobre-te com a tua capa e segue-me. Pedro saiu e seguiu-o, sem saber se era real o que se fazia por meio do anjo. Julgava estar sonhando. Passaram o primeiro e o segundo postos da guarda. Chegaram ao portão de ferro, que dá para a cidade, o qual se lhes abriu por si mesmo. Saíram e tomaram juntos uma rua. Em seguida, de súbito, o anjo desapareceu. Então Pedro tornou a si e disse: Agora vejo que o Senhor mandou verdadeiramente o seu anjo e me livrou da mão de Herodes e de tudo o que esperava o povo dos judeus”. Atos 12, 6-11. Esse episódio, narra além do óbvio: a libertação de Pedro da prisão, a ação de Deus por meio da Igreja. Havia um povo que mesmo envolto por grandes sofrimentos, prisões injustas e mortes, era sustentado pela oração, mas não uma oração qualquer, mas incessante, perseverante, confiante (Pedro estava assim encerrado na prisão, mas a Igreja orava sem cessar a Deus por ele). Eles sabiam que alguns seriam maltratados, injustiçados e até assassinados como foi Tiago, irmão de João (morto à espada); mas mesmo assim não desanimavam, nem achavam que Deus os abandonara. Tais sentimentos os acompanhavam por conta da oração incessante que faziam. Por ela, eles eram fortificados na fé, ainda quando havia uma aparente vitória dos inimigos – como no caso já citado da morte de Tiago pela espada.
O poder da oração, longe de realizar nossos desejos, consiste em acima de tudo nos tornar íntimos de Deus, abertos à Sua vontade e firmes quando “os ventos” nos são contrários. Uma oração diferente disso nos torna “filhos mimados”, que quer ser atendido a qualquer hora, simplesmente para ser atendido, por caprichos ou ainda por egoísmo.
Por fim, seja em tempos de calmarias ou tempestades, sigamos o que nos orienta o Catecismo da Igreja Católica: “Orar é sempre possível: O tempo do cristão é o de Cristo Ressuscitado, que está «connosco todos os dias» (Mt 28, 20), sejam quais forem as tempestades (31). O nosso tempo está na mão de Deus: `É possível, mesmo no mercado ou durante um passeio solitário, fazer oração frequente e fervorosa; sentados na vossa loja, a tratar de compras e vendas, até mesmo a cozinhar`”. CIC 2743
Edson Oliveira
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