De forma muito simples, o evangelho de São João trata a espiritualidade, a relação com o que entendemos por Deus ou mesmo eternidade, chamando de luz e o que se opõe a isto, de trevas: “E quem caminha nas trevas não sabe para onde vai” Jo 12, 35b. Deus é luz. Sem Ele não existe luz. Tudo na vida precisa ter Deus, para que tenha luz e, desta forma, não se perca na escuridão. Sem Deus – sem luz, corre-se dois riscos:
1- Tomar caminhos errados e ser condenado a uma vida vazia, vivendo de forma infeliz, sem realização, sem alegria no que faz; com um constante sentimento de vazio e sensação de que falta algo. Mesmo obtendo algum sucesso material, este não lhe realiza. Afetivamente não é completo, pois envolve-se em relacionamentos equivocados. E espiritualmente crer em tudo e na verdade não crer em nada.
2- Estagnar, não evoluir materialmente, nem espiritualmente, nem humanamente. Tornar-se alguém sem conquistas, sem realizações e frustrado, a ponto de sentir inveja das pessoas, reclamar de tudo e de todos, argumentar que não teve oportunidades, além de vitimizar-se.
Desta forma, a razão de ser da espiritualidade está no encontro do ser humano com o sentido maior da vida, com aquilo que se chama plenitude, Deus; ou seja, tudo que está em nosso entorno ganha sentido. O dinheiro já não é tudo, mas instrumento para tornar a vida melhor para quem o tem e para que, tendo-o, beneficiem de alguma forma quem não tem. A afetividade não é confundida com sexo, nem tampouco vivida numa dependência emocional do outro, mas como completude: Aqueles com os quais nos relacionamos sentem Deus em nós. Sentem-se preenchidos simplesmente por aquilo que somos e não pelo que temos a oferecer.
Edson Oliveira