A Igreja católica vive neste tempo a quaresma, um tempo de reflexão, de rever as atitudes e gestos… Quaresma é um tempo ainda de nos desapegarmos, de oração e de jejum. Percebo em muitas pessoas um empenho grande em saber o que é jejum e naqueles que jejuam um grande esforço. E de fato, o jejum é algo maravilhoso, é na verdade o corpo também rezando, se disciplinando… Mas questiono em alguns aspectos: Com o jejum eu mudo mesmo? Vale a pena fazer jejum mas continuar sendo alguém mal humorado por exemplo? No dia em que jejuo não seria o correto dar o alimento que não comerei para alguém?
Não sou contra o jejum, mas o jejum precisa ser acompanhado de oração e de mortificação, mudança de atitudes. Será que, não agradaria mais a Deus que algumas pessoas na quaresma fizessem o jejum da língua? (falar menos, não falar mal dos outros). E que tal um jejum do temperamento? (ser mais paciente, tolerante…). O texto abaixo é do Profeta Isaías explicando o verdadeiro jejum. Boa leitura e boa reflexão:
“O jejum que me agrada porventura consiste em o homem mortificar-se por um dia? Curvar a cabeça como um junco, deitar sobre o saco e a cinza? Podeis chamar isso um jejum, um dia agradável ao Senhor? Sabeis qual é o jejum que eu aprecio? – diz o Senhor Deus: É romper as cadeias injustas, desatar as cordas do jugo, mandar embora livres os oprimidos, e quebrar toda espécie de jugo. É repartir seu alimento com o esfaimado, dar abrigo aos infelizes sem asilo, vestir os maltrapilhos, em lugar de desviar-se de seu semelhante. Então tua luz surgirá como a aurora, e tuas feridas não tardarão a cicatrizar-se; tua justiça caminhará diante de ti, e a glória do Senhor seguirá na tua retaguarda. Então às tuas invocações, o Senhor responderá, e a teus gritos dirá: Eis-me aqui! Se expulsares de tua casa toda a opressão, os gestos malévolos e as más conversações; se deres do teu pão ao faminto, se alimentares os pobres, tua luz levantar-se-á na escuridão, e tua noite resplandecerá como o dia pleno”.
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