Partindo dali, os homens dirigiram-se a Sodoma, enquanto Abraão ficou na presença do Senhor. Então, aproximando-se, disse Abraão: “Vais realmente exterminar o justo com o ímpio? Se houvesse cinquenta justos na cidade, acaso iríeis exterminá-los? Não pouparias o lugar por causa dos cinquenta justos que ali vivem? Longe de ti agir assim, fazendo morrer o justo com o ímpio, como se o justo fosse igual ao ímpio. Longe de ti! O juiz de toda a terra não faria justiça?” O Senhor respondeu: “Se eu encontrasse em Sodoma cinquenta justos, pouparia por causa deles a cidade inteira”. Abraão prosseguiu dizendo: “Estou sendo atrevido em falar a meu Senhor, eu que sou pó e cinza. Se dos cinquenta justos faltassem cinco, destruirias por causa dos cinco a cidade inteira? O Senhor respondeu: “Não destruiria, se achasse ali quarenta e cinco justos”. Insistiu ainda Abraão e disse: “E se houvesse quarenta?” Ele respondeu: “Por causa dos quarenta, não o faria”. Abraão tornou a insistir: “Não se irrite o meu Senhor, se ainda falo. E se houvesse apenas trinta justos?” Ele respondeu: “Também não o faria, se encontrasse trinta”. Tornou Abraão a insistir: “Já que me atrevi a falar a meu Senhor, e se houver vinte justos?” Ele respondeu: “Não a iria destruir por causa dos vinte”. Abraão disse: “Que o meu Senhor não se irrite, se eu falar mais uma vez: e se houvesse apenas dez?” Ele respondeu: “Por causa dos dez, não a destruiria”.
Rezar com coragem e insistência ao Senhor, assim como fez Abraão. Com esta exortação, o Papa Francisco celebrou a Missa na Casa Santa Marta nesta segunda-feira, 1º.
A homilia de Francisco partiu da primeira leitura e observou que Abraão fala com coragem e insistência ao Senhor para defender Sodoma da destruição. Desta forma, o Santo Padre refletiu sobre como a Bíblia ensina que “a oração deve ser corajosa”:
“Quando nós falamos de coragem, pensamos sempre na coragem apostólica, para pregar o Evangelho, mas há também a coragem diante do Senhor”, explicou.
Francisco disse que é até um pouco “engraçado” ver Abraão, o qual fala com o Senhor de uma maneira especial, com coragem; alguém pode ficar em dúvida se é um homem que reza ou um comerciante que negocia para baixar o preço. “Mas é com esta coragem, com esta insistência que se vai avante”, continuou o Papa.
“Quem quer uma graça do Senhor deve pedir com coragem e fazer o que fez Abraão. O próprio Jesus nos ensina isso quando elogia a mulher sírio-fenícia, a qual, insistentemente, pede a cura para sua filha. Pedir com insistência, mesmo que seja cansativo, é a atitude da oração.”
O Papa citou Santa Teresa, que “fala da oração como um negociar com o Senhor, e isso só é possível se existe familiaridade com Ele”.
Nessa negociação, Francisco acrescentou que é preciso fazer como Abraão, que tenta convencer o Senhor com suas próprias virtudes. “Rezar é louvar o Senhor nas coisas belas que tem e pedir-Lhe essas mesmas coisas para nós.”
Na conclusão da homilia, o Papa disse que gostaria que, hoje, todos reservassem cinco minutos, “não mais que isso”, para recitar lentamente o Salmo 102. “Rezá-lo inteiro e, assim, aprenderemos as coisas que devemos dizer ao Senhor quando pedirmos uma graça. Prossigamos na oração, corajosos, e com esses argumentos que vêm do coração de Deus”.
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