Mesmo em meio a tantas dificuldades, o cristão não deve ceder à depressão. Essa exortação à esperança esteve no centro da homilia do Papa Francisco nesta quinta-feira, 27, na Casa Santa Marta. O Pontífice lembrou também que a corrupção e a distração afastam o homem do encontro com Deus.
Babilônia e Jerusalém. Na homilia, Francisco partiu dessas duas cidades, que caíram em ruína por motivos diferentes (confira na Liturgia do Dia). Babilônia é o símbolo do mal, do pecado e caiu por corrupção, sentia-se patroa do mundo e de si mesma. E quando o pecado se acumula, perde-se a capacidade de reagir e começa a apodrecer. Isso acontece também com as pessoas corruptas, que não têm força para reagir.
“Porque a corrupção te dá qualquer felicidade, te dá poder e também te faz sentir satisfeito de ti mesmo: não deixa espaço para o Senhor, para a conversão. A cidade corrupta… E esta palavra, ‘corrupção’, hoje nos diz tanto: não somente corrupção econômica, mas corrupção com tantos pecados diversos; corrupção com aquele espírito pagão, mundano. A pior corrupção é o espírito de mundanidade”.
Francisco disse que essa “cultura corrupta” aparenta um Paraíso pleno e abundante, mas por dentro é uma “cultura podre”. No símbolo desta Babilônia estão, segundo o Papa, toda sociedade, cultura e pessoa distante de Deus, também afastada do amor ao próximo.
Já Jerusalém caiu por distração, por não receber o Senhor que foi salvá-la. “Não sentia necessidade de salvação. Tinha os escritos dos profetas, de Moisés, e isto lhe era suficiente. Mas escritos fechados! Não deixava espaço para ser salva: tinha a porta fechada para o Senhor! O Senhor batia à porta, mas não havia disponibilidade para recebê-Lo, escutá-Lo, deixar-se salvar por Ele. E cai…”.
Estes dois exemplos, segundo o Papa, são um convite para cada um pensar na sua vida hoje e descobrir se ela é corrupta e suficiente como a Babilônia ou se é distraída como Jerusalém. Mas a mensagem da Igreja nesses dias não termina com a destruição, e sim com uma promessa de esperança. Jesus exorta a levantar a cabeça e não se deixar assustar pelos pagãos. Estes, segundo o Papa, têm o seu tempo e é preciso suportá-lo com paciência, como o fez o Senhor com sua paixão.
“Quando pensarmos no fim, com todos os nossos pecados, com toda a nossa história, pensemos no banquete que gratuitamente nos será dado e levantemos a cabeça. Nada de depressão: esperança! Mas a realidade é ruim: há tantos, tantos povos, cidades e pessoas, tanta gente que sofre; tantas guerras, tanto ódio, tanta inveja, mudanidade espiritual e corrupção. Sim, é verdade! Tudo isso cairá! Mas peçamos ao Senhor a graça de sermos preparados para o banquete que nos espera, com a cabeça sempre erguida”.
Homilia em Missa na Casa Santa Marta em 27/11/14 – Portal cancaonova.com
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